Conjuntivite

Chaplin já anunciara, Yuri concretizara

Quando a Revolução tornou-se Informação

Retorna ao monte Parnassus que cruzara

Escalando o Oráculo de Delfos de antemão

Pergunta-lhe sobre os males e as pestes

Que o afligem

De presto responde as angústias que tingem

De vermelho em vertigem, da cidade ao agreste

Fiéis abulemícos, correm a suas casas, se entopem de torpor

Eis que os doutores, do alto de seus diplomas, injetam

Pesticida por todos os poros, desestruturando as defesas em ardor

A opinião pressiona, a mutação assola, a barba feminina baixa a Lei

Pasta, spray e acetona, caem por terra num decreto de Rei

O oráculo se desfaz em anti-gripais, os saguões lotados:

A Bela Dona, a jovem casta, e d´O Cortiço, subentende-se

Aquele agente ordinário que se esgueira por lãs e canários

Ataca insolente com seu hálito quente fazendo sangrar de Narciso

O bem mais intenso, roubando-lhe o sorriso singelo, inflado em

Excitação de um roxo-amarelo

Epidemia, pansexual, talvez fora de contexto, faltam palavras concretas

A Esbanjar o terror dessa reta abissal que assola nossa suposta carta

De Alforria

A Cegueira permanece esguia, não mais alva como o sabor de teus

Pecados, mas Ruiva como a intimidade a ser deflorada