Estado
São poucos os ofícios do tempo.
Agora a pouco, os segundos corriam em meio a muitos
Que hoje estão tão longe...
A idéia da ampulheta que leva areia a parte baixa.
Quando do lado de cima éramos algumas areias,
Quando pelo funil da queda, caímos cada um
Em partes diferentes do receptáculo.
Alguns falariam ter donativos para tolos gritadores,
Doam menos, buscam mais, reza a coisa,
Todos são seres de acerto.
Nunca na historia foi visto tanta gente correndo atrás de algo.
A obra da ponose mostra-se seca e com cimento trincando.
A trincar de velha e ruída e desusada.
Se por ventura alguns dos que caíram viram traços de um desenho
Exposto na varanda da chuva,
A vontade é que a chuva corrigisse muitas coisas.
Esquecemos as almas!
Nossa matéria poderia ajudar as terras,
Nossa mera matéria poderia ser mais altruísta,
E pelo fim do fim, um poema que ao pensar fala
De gente,
De mudança,
De estado de consciência,
De pensamento e pronto.
Tonto mas sem uma garrafa na mão,
Em torpe, mas como as rãs que se congelam no inverno.