O adeus do cajueiro
Brisa traz-me uma cantiga
Pois, é o meu último desejo,
Vem brisa, oh! vem querida,
Vem dar fim ao meu degredo!
O meu caule está ferido,
Minhas folhas secas no chão,
As raízes no solo, morrendo,
A chuva desertou o sertão!
Sinto a morte em meus galhos,
Vou partir p'ra não mais votar
Levo saudades do frio orvalho,
Dos raios de sol e clarões de luar!
Feliz irei... sei brisa amada
Que o cancioneiro me cantará:
Com as noites de lua em prata,
Com as tardes de sol a brilhar!
Não me esquecerá a criança
Que em meu tronco, corpo nú,
Brincava em sua doce infância
E saboreava os meus cajús!
Adeus... adeus rouxinol, adeus brisa
Adeus... adeus sertão, oh! berço meu
Adeus palmeira, adeus cantiga,
Vou indo, adeus... adeeeeeuuuusss.