Desalento

Desalento

Minha vida medíocre

Cheia de curvas e abismos

Miseravelmente emitida

Absurdamente vivida

Me dá asas ainda para ver

Abre portas para saídas indesejadas

Covardemente me tranco sem chaves

Insuportavelmente me aturo

Nunca fui tão insana e sem vontades

Jogo fora toda a cor que ainda resta

Entrego-me consciente ao cinza e ao abismo

Segredos invioláveis levo comigo

Escondo de mim o que sinto

Afogo meus desejos em sonhos

Chamo pesadelos de viver

Só uma coisa me enche de vida

Ainda o mar é meu amante.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 11/04/2011
Código do texto: T2902731