Desalento
Desalento
Minha vida medíocre
Cheia de curvas e abismos
Miseravelmente emitida
Absurdamente vivida
Me dá asas ainda para ver
Abre portas para saídas indesejadas
Covardemente me tranco sem chaves
Insuportavelmente me aturo
Nunca fui tão insana e sem vontades
Jogo fora toda a cor que ainda resta
Entrego-me consciente ao cinza e ao abismo
Segredos invioláveis levo comigo
Escondo de mim o que sinto
Afogo meus desejos em sonhos
Chamo pesadelos de viver
Só uma coisa me enche de vida
Ainda o mar é meu amante.