Caio... linda e elegantemente
Pouso de borboleta
margulho no leito do solo
A lagarta, lá embaixo
me aguarda com fome
E eu só queria um colo!
Nathalia Ferro
S I N U O S A S
T R I L H A S
Um passo
passo e meio
estremeço
mãos trêmulas tocam
cálices transbordantes
Feridas abertas
Uma luz de olhar errante
incide neste quadro
expõe a fonte
Pernoitam flores nas janelas
ressoam as vozes surdas
das vontades não cumpridas...
Impossíveis gestos
abortados na partida
O carreiro de formigas
hipnóticas
alheias
borda sinuosa linha
Dolorosa
Caminho do meio
Ventos comem
pelas beiradas
ventos agora
despejam sortes
já lançadas
ventos gostam de
trazer lembranças
e ferir traçados
desarrumam
a vida em lufadas
varredeiras
atormentam almas
acendem feridas
tornam fogo
as brasas esquecidas
E na rua, pés disistidos
não deixam pisadas
e os ventos erguem o pó
dos dias não vividos
Gritos ferem
indiferentes ouvidos
Desfalece o lírio
subjugado
crescem cantilenas
do velho sobrado
estranhas mãos
sobre o peito rígido
querem voar!
[e já se faz tarde, entanto... ]