Bem assim...

Regateei com a sorte

Abortei minha inocência

Descarte de escuso norte

Me fez refém da vivência.

Não há ninguém pra culpar

Fui meu guia e meu carrasco.

Não posso evitar o asco

De ser gado de manada.

Não importa os burros n´agua

Ainda faço piada.

Cilada nunca me enlaça

Sei o fio da meada.

E tricoto o que me apraz

Não faço fita, resgato

Até o último ÁS

Com meu esmero e recato.

Retrato que houver de mim

Será menos do que sou

E até meu não e meu sim

Farão jus ao que rogou.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 30/03/2011
Reeditado em 04/08/2014
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