DESVENDANDO A MORTE   

De: Ysolda Cabral

 

 

Eis que afinal te vejo assim:

Exposta, sem pudor e nua,

Num canto qualquer e só tua,  

 Tão indiferente pra mim!

 

Encaro-te sem nenhuma surpresa,   

 E, sem pretensão alguma, te toco.

Sinto ultrapassar o lógico,

Vendo a tua estranha beleza.

 

Aspiro doce perfume de flores,

Não temo a solidão da noite,

Não sinto receio de dores.

 

Também não há mais açoites.

E, na clareza deste momento;   

És simples acontecimento.