Mácula do surreal

Mácula do surreal

O sangue manchou o papel,

Assassinato cometido pelo pincel,

Fantasia toma conta da emoção,

O sangue era água consumado pela lágrima.

O ar toca no vidro,

Suja o vento, que era límpido,

O vento contrai em mim,

Faz besuntar o sangue que era ar.

A tempestade vem, lava ruas,

Purifica-nos do irreal,

A chuva cai sem avisar,

Na noite escura que era o mar.

A imaginação utópica,

Por delicadeza, traz lúdica impressão de inverno,

O subjuntivo do pretérito imperfeito,

Termina a ação.

A nódoa vem da embriaguez extrema,

Sem Temor e penitência,

Por ser pobre, perdi a essência,

De um tempo perdido em beijos.

O silêncio grita, a voz se cala.

Os amores só são sonhos,

Os gritos são dos oprimidos,

Pela fala fere a boca do incapaz.

O passado sustenta o presente,

O suor transpira o cansaço da emoção,

E mais uma vez,

O fim aparece como ilusão.

A esperança corre sem parar,

Bate no vento, que distrai todo amar,

Seria dor de sofrer, ou

Simplesmente querer.

A mácula marca o corpo,

Mostra a pele sem razão,

Traz um sentimento sujo,

Que dilapida meu coração.

O surreal mostra o além,

Subestima o real,

Que na verdade é um carnaval,

Marcado pelo carnal.

Pablo Diego
Enviado por Pablo Diego em 21/03/2011
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