Mácula do surreal
Mácula do surreal
O sangue manchou o papel,
Assassinato cometido pelo pincel,
Fantasia toma conta da emoção,
O sangue era água consumado pela lágrima.
O ar toca no vidro,
Suja o vento, que era límpido,
O vento contrai em mim,
Faz besuntar o sangue que era ar.
A tempestade vem, lava ruas,
Purifica-nos do irreal,
A chuva cai sem avisar,
Na noite escura que era o mar.
A imaginação utópica,
Por delicadeza, traz lúdica impressão de inverno,
O subjuntivo do pretérito imperfeito,
Termina a ação.
A nódoa vem da embriaguez extrema,
Sem Temor e penitência,
Por ser pobre, perdi a essência,
De um tempo perdido em beijos.
O silêncio grita, a voz se cala.
Os amores só são sonhos,
Os gritos são dos oprimidos,
Pela fala fere a boca do incapaz.
O passado sustenta o presente,
O suor transpira o cansaço da emoção,
E mais uma vez,
O fim aparece como ilusão.
A esperança corre sem parar,
Bate no vento, que distrai todo amar,
Seria dor de sofrer, ou
Simplesmente querer.
A mácula marca o corpo,
Mostra a pele sem razão,
Traz um sentimento sujo,
Que dilapida meu coração.
O surreal mostra o além,
Subestima o real,
Que na verdade é um carnaval,
Marcado pelo carnal.