Timidez Desavergonhada!
Navegando metamorfoses
Ponho pra fora a timidez
E do casulo dou um pulo
Furo a casca e mergulho
Saio do intelecto orgulho
Para o vôo do obscuro
Aí tudo é arrebatamento
Do perplexo ao complexo
Pelos poros, pêlos, lábios
Na excitação das narinas
No perfume que fascina
Pela eletricidade da vida
Vou rompendo orifícios...
É o mistério desse ofício
Vencer a timidez pelo vício
A versejar a qualquer preço
Lá do íntimo assanha o vulcão...
Que explode na sua emoção
A romper todos os sonhos
De emaranhados lençóis
Cetim do festim em seus ais
Do caos à luz dá-se a profusão
Em grito do estampido no ar
No gozo incontido de amar.
Hildebrando Menezes
Nota: Dedicado à Silvia Mota