TERMINANDO EM ROSAS
Quando a chuva se vinga do sol,
Do seu calor que seca o chão
Que deixa sedento o arrebol
E sorve a vida bem-vinda ou não.
Encharca o solo e tudo verdeja
Cresce o mato realçando o cheiro,
Seu aroma agradável nos dardeja
E na minha face um vento fagueiro.
Momentos sacros de encantos
Na força da fiel tempestade
Que rege a cantiga dos prantos,
Dos pingos da simplicidade.
E por mágoas de tantas águas
Que enxurradas formam arrastão
E rolam pedras e tábuas
Por todos os cantos da solidão.
Mas a terra disse: Tenho idade!
Na natureza tudo vive e morre,
Por que não o mundo, a saudade,
Que tudo para o fim concorre?
E a sua semente renasce,
A vida que sempre regenera
A doçura do vento na face
E as cores da primavera.
No fim de tudo, o bem e o mal,
Águas se acumulam vaporosas,
Na origem um arco, o sinal,
E tudo se termina em rosas.
(YEHORAM)