TERMINANDO EM ROSAS

Quando a chuva se vinga do sol,

Do seu calor que seca o chão

Que deixa sedento o arrebol

E sorve a vida bem-vinda ou não.

Encharca o solo e tudo verdeja

Cresce o mato realçando o cheiro,

Seu aroma agradável nos dardeja

E na minha face um vento fagueiro.

Momentos sacros de encantos

Na força da fiel tempestade

Que rege a cantiga dos prantos,

Dos pingos da simplicidade.

E por mágoas de tantas águas

Que enxurradas formam arrastão

E rolam pedras e tábuas

Por todos os cantos da solidão.

Mas a terra disse: Tenho idade!

Na natureza tudo vive e morre,

Por que não o mundo, a saudade,

Que tudo para o fim concorre?

E a sua semente renasce,

A vida que sempre regenera

A doçura do vento na face

E as cores da primavera.

No fim de tudo, o bem e o mal,

Águas se acumulam vaporosas,

Na origem um arco, o sinal,

E tudo se termina em rosas.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 16/03/2011
Reeditado em 08/11/2012
Código do texto: T2852682
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