Entre Nuvens
Aos mortos, as flores dos quintais
das velhas senhoras de alma pura.
Aos vivos, o silêncio e o aplauso
entre pedras, poeira e sal.
Seguem meus versos,
as rotas do vento.
Palavras amareladas
espalham-se no lixo.
Há perfumes na ausência de mágoas.
Fantasmas devoram a tarde,
estrelas acordam os homens.
Os olhos fechados
sonham entre nuvens
onde dorme o sol.