MEMÓRIA DE ELEFANTE

Você está sempre preso por dentro ou por fora

Não imposta a hora sempre há grilhões

O que chega perto da liberdade é o ser que chora

Onde quer que estejais, estás algemado em tuas prisões

Você se acostumou tanto dentro de suas grades

Que ignora a liberdade

Muitas vezes te jogam as chaves da cela

E você a ignora, simplesmente permanece preso

Aos porões escuros da tua cancela

Preso ao passado obscuro

Preso ao presente repetente

E preso ao futuro escuro...

Cativo como uma árvore

Inativo como o elefante

Que diante do tempo em que

Era jovem o prendiam com uma corda grossa

Da qual não podia fugir, pois não tendo ainda

Muito peso não conseguia arrebentá-la e

Diante do suplício cansara sem resistir...

Até que domado ficara e então desistia de fugir!

E ao crescer é só deixá-lo preso a um

Fino barbante que no seu "reflexo condicionado"

Ele não mais foge, porque ele está

Acreditando piamente

Que está atrelado à mesma forte corda

Que lhe implantaram na mente.

Assim somos muitos de nós, seres presos

Atrelados, amordaçados, que tiramos

Entre aspas "FÉRIAS" que nos iludem

Assim como quando dormimos...

Recarregamo-nos dispostos em sonhos

Por isso há tantos fugitivos imaginários

Que se perdem em meio à “LIBERDADE”

Porem maior do que este contingente

São os seres cativos que constantemente

Permanecem presos nos cativeiros da mente.