Redesenho

Na penumbra do quarto estabeleço uma conexão

com a razoabilidade inamovível do meu âmago.

Tento em vão chorar, mas nenhuma lágrima

sai dos molhos molhados dos meus olhos.

Penso em cantar mas nenhuma melodia salta da garganta,

nenhuma música levanta a boca.

Tento me abstrair, mas o pensamento condensa a primazia

absoluta de estar aqui remoendo sentimentos.

Tento me decidir mas perco o rumo do prumo

e subo as escadas do porão.

Em vão substituo meus gritos,

expulso os mitos, desenho os ritos.

No chão camuflo a alma

e me faço de calma.

Na mão leio os dias

pensando nas pessoais teorias.

No espelho redesenho a pele,

querendo que a paixão libere

o que está guardado no peito

meio sem jeito.

Sandra Vaz de Faria
Enviado por Sandra Vaz de Faria em 16/02/2011
Reeditado em 16/02/2011
Código do texto: T2796473
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