Noturno
Deito-me em sombras seculares.
Escapulário santo sacrário despertado
Um dia roto de desejos em mel de fogo ardente.
Meus olhos fulguram em chamas eloquentes.
Eu não sei o sonho que sonharei.
Espinhos não deixam dormir este corpo já vendido.
Alegre, me envolvo em cobertas frias,
Acompanhado por serenas samambaias que embalam minha noite
Perfumada por alguém que não cheguei a conhecer.
Se as sombras me assombrassem eu poderia acordar.
Mas, ao contrário, as sombras me acariciam.
Sou eu mesmo que adormeço.
E Neste mundo não encontro despertador.
Amo a noite que não veio e o dia que não brilha.
Mesquinho caramujo no oco podre “del mundo”