Lentamente

Sentou-se sob a sombra de si mesmo,

com aquela cara enigmática,

pensando temporal.

Compreendia-se esteira na areia,

servindo de repouso.

Talvez, uma cadeira jogada

no meio da sala, do nada

que era sua existência.

Coisa alguma lhe valia um sorriso

ou uma lágrima.

Sangue congelado transitava

em sua estreita consciência.

Assim ficou, sentado ali,

sob sua própria sombra,

a revelar o niilismo,

com muita paciência.

Caíra o fruto da sua recompensa,

o anonimato mortal.