Santuário
Venho agora depois das peregrinações
Depositar meus líricos sentimentos
No templo dos sonhos sublimados
Escuras emoções nostálgicas
Fontes das sensações brumadas insinuantes
Ativando essências da alma descalçada
Desejos manifestos, carentes de afago.
Desfigurado corpo ardente e sedento
Acolhe-me com bálsamo perfumado
Banha-me em silenciosa névoa
Sara meu cansaço, umedece meus lábios.
Fere-me com tenaz, as feridas.
Reflete a luz dos teus olhos sobre os meus
Faz-me pisar macio em seus tapetes vermelhos
Para que não tropece meu passear
Abra suas cortinas, remova minhas dores.
Cortejando entremeios paixões e devaneios
Derrama confissões mal regadas
Devolva as cores do meu espelho
Deixo aqui as frustrações e lamentos
E os enigmas indecifráveis, jazem.
Nas chamas dos meus cálices
Esqueça meus sinais de fraqueza
Faça deslizar um renovo em minhas veias
Posso apenas ofertar meu coração sem cor
Para que o restaure com sabedoria
O que restou em meu peito guardado
Hoje, rasgando o véu deste lugar sagrado.
Encontrei em mim... Um santuário...
Márcio de Oliveira
1º/02/2011