Marcha vã

No ar, vaga de esperança

No olhar, gosto de terra

Nenhum futuro afiança

Na mesmice a dor que aterra.

Mãos indolentes, pedintes

Quiçá fosse em oração

Mundo carente de ouvintes

Bulicício das paixões...

Desertando a fé, e a dança

num império dos sentidos

Fictícia semelhança

Seduzem sonhos geridos

À sombra dos mil modismos

As almas desses mortais

Desterrados simbolismos

Nas bandeiras atuais.

Em vazios rituais

E marcha vã para o nada

Nossos dias tão venais

Nossa alma envenenada.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 31/01/2011
Código do texto: T2763749