Marcha vã
No ar, vaga de esperança
No olhar, gosto de terra
Nenhum futuro afiança
Na mesmice a dor que aterra.
Mãos indolentes, pedintes
Quiçá fosse em oração
Mundo carente de ouvintes
Bulicício das paixões...
Desertando a fé, e a dança
num império dos sentidos
Fictícia semelhança
Seduzem sonhos geridos
À sombra dos mil modismos
As almas desses mortais
Desterrados simbolismos
Nas bandeiras atuais.
Em vazios rituais
E marcha vã para o nada
Nossos dias tão venais
Nossa alma envenenada.