Poema da Moça Demente

Poemas se avolumam;

diariamente renascem

dentro das horas.

Os versos recebem luz

nas páginas guardadas.

Inspirados, os olhos

seguem vaga-lumes.

Penetram o vazio da sala,

se encontra nas sombras

de espaços fechados.

Um céu aberto salva estrelas

nas mãos nos cabelos pintados;

as unhas desfiam nuvens.

Os pés descalços

descem as serras;

lavam-se nos rios

sagrados.

Alisam promessas

da terra molhada.

A moça demente se salva.

Apaga um poema escrito nas folhas

de um caderno vermelho cardeal.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 27/01/2011
Reeditado em 27/01/2011
Código do texto: T2754704
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