HIERÓGLIFOS FORAM FEITOS PARA SEREM REESCRITOS
Tudo o que está em cima
não é igual ao que
está embaixo.
Pior ainda,
depende do meio
para se sustentar.
Quanto mais se necessita,
mais difícil é de acreditar.
O onipresente diabo
incomoda
cada um de nós,
empurrando as crenças
para o debaixo de cama escura
e assustadora.
Porém, em algum canto da memória
fica ao menos a vontade
de que seja possível passar
por cima das desigualdades.
Igualar vai ser substituído
ao longo dos séculos,
por equalizar.
Comunidades equalizadas,
farão do planeta
algo mais tranquilo.
Não para se morar,
pois aí já é
uma questão de gosto,
para quem tem
todo o universo
como possibilidade.
Mas, é permitido
conviver.
Mesmo que Babel permaneça,
os contatos telepáticos viabilizam
sinérgicas sinapses.
Bem como elipses.
Não há como incorporar
excesso de ectoplasma.
Veias entupidas vão explodir.
Assim como ruas sem fluidez.
A urbe é que está em cheque.
E tem que ser reinventada.
Não como urbe, mas como nave.
O importante é programar bem
o radar.
Para entender e traduzir os ecos.
Assim, para permanecer o mundo lá em cima
é só manter firme a coluna
que o sustenta.
Hieróglifos foram largados
em cima de pedras de pouco uso,
as quais, na sua maioria,
acabaram posteriormente trituradas.
Não há como decifrá-los.
Vamos, então, reescrevê-los,
com outro enredo.