O SOL

Remoto brilho de vida

que faz real a existência,

que germina a flor querida

em sinal de clamência.

Há quem lhe atribui divindade

a este dourado gigante,

que ao partir deixa saudade,

como deixa no peito a amante.

Prefiro ver em ti aliado,

que poder maior nos comanda,

que brilha no céu calado,

ao fitá-lo da minha varanda.

Bem cedo já radiante,

festeja o dia com os grilos,

com o seu sorriso gigante,

nos verdes pastos tranquilos.

Inconcusso fica em seu lugar,

quando cai a noite em negrores

e o meigo clarão do luar,

dormem por sua espera as flores.

São belos os seus raios, um instante,

mesmo na viração do dia o calor,

que as vezes fustiga o louro gigante,

mas fustiga de carinho e amor.

O mundo quer com ele os dias,

mais que se deseja alguma estação,

pois o seu brilho nos traz alegrias,

e a sua falta traz inundação.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 25/01/2011
Código do texto: T2751062
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