Outro amanhã

Cama cozinha banheiro

Nessa vida de espetáculos diários

Cada um se espelha nas aventuras

E tem a certeza de que se expande

Limitando-se a executar sem pesar

Até que as pernas se cansem

Os olhos lânguidos calmamente nervosos

Sugerem que em cada poeira acumulada

Há piamente a necessidade de cuidar

De manter o zelo dos tempos

Aquecendo o leite para o vento

Perdendo-se em especulações inúteis

Nesse vai e vem de possibilidades impossíveis

Cada canto levemente analisado

Toma alguma proporção de monstro palacial

Alguma voz que diz o que se deve ou não

Sempre a espera de alguém especial

Mas de que adianta essas belezas imprevisíveis?

Oh não! É um namoro escondido de criança

Trazendo em cada meia face, a brutalidade

Que os movimentos repetitivos deixam no coração

Esquecidos pelos lados escuros do telhado

Rebolando aos sons da água que desce

E de súbito lava as mãos

Até que o dia acabe

O corpo se deite

E sonhe com o mesmo dia, no outro amanhã.

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 27/10/2006
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