O AMOR... ESTAVA NO AR - (TRAGÉDIA)

O AMOR... ESTAVA NO AR!

Poema de Carlos Freitas

Tarde de sol...

Jogadores... Quadra... Raquetes no ar

E... Duas vadias borboletas

Por entre a bolinha de tênis

Insistem em namorar.

Dos seus calientes desejos,

Ouve-se o estalar.

Bolinha vem... Bolinha vai,

E elas... Em vôos rasantes,

Insistem em namorar!

Num canto da quadra se beijam,

No outro... Prestes a copular.

Vou sacar... Vem uma em minha direção,

Sorridente... Esvoaçante a bailar.

A raquetada é certeira...

... E no piso da quadra,

Vejo pedaços de asas repousarem.

À minha volta,

Suspiros de dor... Olhares de rancor.

- Borboleta chata – resmungo,

Mandei-a para o Borboletório,

(Que é igual ao purgatório dos homens)

Lá, pagará suas penas...

Ou... Suas Asas.

Lá chegando...

Almas, ou, asas penadas a rodeiam:

- Nos diga como veio aqui parar?

- Não vão acreditar

– diz.

No limiar da minha existência,

E num chamego demorado,

Porem, no lugar errado,

Conquistei Hortência:

- Disse-me ser esse seu nome.

Asas azuis... Pernas estonteantes,

Borboleta rainha... Olhos cativantes!

E, quando ela, eu ia prá folhagem levar,

Fazê-la mulher... Desvirginar-me

Senti no corpo um golpe seco,

Que me despedaçou, aleijou-me...

Matou-me!

E aqui estou só, e ainda puro,

À procura de outra alma gêmea,

Não importa que seja amarela,

Verde, bicolor, vermelha ou escura.

Por favor, me ajudem,

Comigo façam amor,

Pois morrerei novamente,

Se continuar nessa clausura!

Carlos Freitas
Enviado por Carlos Freitas em 18/01/2011
Reeditado em 19/11/2012
Código do texto: T2737675
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