Numa rede deitada,
Absorvida pela noite enluarada,
Reluzente, de estrelas salpicadas,
Como em sincope, sinto-me paralisada.
 
Flutuo em projeção astral,
Será fantasia ou real?
Uma viagem dimensional,
Revelada visão existencial.
 
Um clarão vem em minha direção,
Alvo Pégaso, minha inspiração,
Teu lombo é minha condução,
Que veloz a voar, causa-me anelação.
 
Cabelos dourados pelo sol arraiada,
Noite tragada pela luz derramada,
Amazonas despida, pelo sonho, libertada,
Rosa perfumada, selvagem, inconquistada.
 
Misteriosos cavaleiros ao teu encalço,
Indiferente a qualquer percalço,
Segue destemida, sem embaraço,
Confia e acredita no teu regaço.
 
Transfigura-se em rajada de vento,
Como num resgate do pensamento,
Um suspiro, no arfar do tempo,
E retorno ao meu movimento.
 
Coração sábio companheiro,
Induz o que lhe é certeiro,
Sepulta o segredo verdadeiro,
Desta vida da qual sou forasteiro.

Susely
Enviado por Susely em 18/01/2011
Reeditado em 18/01/2011
Código do texto: T2737250
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.