Inveja
Inveja
Qual bela garça branca
Abrindo usas asas
Banhando-se com graça
Nas águas claras do lago.
Voando entre a avegetação
Enfeitando a paisagem
Ó tu jovem, sabes ser devassa
Ou cruel como Messalina
Tua pele acetinada, perfumada
Reveste corpo tão belo e formoso
Alguns antecipam-se em gozo
Somente ao ver-te tremem, dleiram...
Ó noiva impaciente, incontente,
Amante insatisfeita, sedenta, faminta
Lábios resequidos contorcidos
Língua impertinente, ferina...
Teus olhos verdejantes como o mar
Enchem-se de espumas ao beijar a areia
Terrível como as tempestades fortes
Ao cair grossas lágrimas triste quem te pranteia.
Filha desobediente, profana, orgulhosa
Ciumenta até de sua irmã caçula
Sabes fingir quando queres ter doçura
Não te culpo nem posso te ignorar
Habitas o misterioso e profundo oceano
Onde vivem todos sentimentos do ser humano
Ès árvore poderosa com galhos irrequietos
Inveja é teu nome, sem qualquer afeto.