Dissidência

Respirando à cachorrinho

Dou a luz à ousadia

Que forjada em descaminho

Destoou da simetria.

Sabor de soda o meu vinho

Céu sem lua, o meu desterro

Longe do luxo do linho

Sussurro o que era berro.

E à fé de padaria

Me dispenso e não acato.

Na imensa romaria

Não fico em fila ou recato.

Seja o meu viver bem livre

Da semântica do tempo

Rebeldia não me prive

De encontrar no verso, alento.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 08/01/2011
Reeditado em 27/03/2011
Código do texto: T2716084