Erupção cinzenta


A água corre [voam os flamingos]
O sonho escorre [em pingos?]
Verdade ou mentira?
As palavras que me arrancam
e arrancam minha pele em tiras

Palavras de lava congelada
Bebo às goladas, sorvo
Com colher de carvão, o sopro
da inspiração cinzenta.

Que nestas horas nojentas
corre. É friorenta
Não gosta de sangue congelado
De ser deixada de lado
De erupir como o líquido escarlateado
Em lascas cinzentas.