Vazia
Muitas vezes caio para dentro
de um imenso vazio
e espio minha alma de poeta –
e não me avisto.
Meus olhos andam embrulhados
em coisas difíceis –
há sorrisos de flores,
gritos do sol,
acordes de vento.
Já quase perdida,
acerto o chão do verso
como quem regula uma posição
dentro do corpo do relógio.
E a poesia vai sendo enrolada
na obediência de minhas palavras .