Nada fácil...

Pinto o quadro... Faço o verso... Um ritual.
O que desejas da fonte que te alimenta?... Planos e canos... Voltas, sem sair do círculo de sal?...
O tempo manda... O tempo avisa... Olhos de cristal, vida!

O que desejas da boca que beijas?... O sal e mel... A gota que desliza pelas costas?...
O tempo aquece... Manda... Atravessa a lápide... Mas, avisa e obedece.

Sou vento forte, criança... Das pernas firmes...Da dança do quadril... Da pele que arrepia...
Sou vento forte...Varro os cantos... Mexo no que abandono... Levo tudo pela frente, mas não carrego nada em minhas mãos.

Parto a iluminada face aos pedaços... O espelho e seus azares desenfreados...
Sete tudo... Sete vidas... Meus gatos.
O tempo para... Deixa tudo revirado... Até que os passos ganhem outro atalho.

O que desejas de alguém intenso?... Cal(maria)?!... Encontre isso em qualquer asfalto.
Beijo o silêncio das palavras... Lambuzo-me com o que escorre pelas veias do meu corpo... Fina arte.

E quem disse que ao correr se chega fácil... Canso com entrelinhas... Da míngua que falam todas as marias... Vibro ao som de mim.
Faca e foices... Medalhas e contas... Cortam o teu destino opaco.

E ouço o que te retratam... Falso e pálido...
Serpenteio em gotas do meu próprio veneno... Não preciso de cálice.

O gosto pelos conectivos... Por tantos que se perde de fato...
Olhei e vi UMA face... Resta saber se encontrará a alquimia de unir as minhas partes.

Parece que o dia está em polvorosa... Do canto, tiro apenas o que me interessa...
Quem sabe, nas esquinas de um dia qualquer, eu repito a dose.

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