TROCA DE PELE
Sou irresoluta no momento de uma decisão,
Pois, nasci de uma dúvida... Devo mordê-la ou não?
Cabe somente a mim o amor, e também o que seja pavor;
Apenas espero que o lamento não me venha muito tarde,
E que o mundo não me julgue por cores humanas e louvor,
Nem de longe eu conheço toda a humanidade que se arde...
Porque de mim houve as divisões em ninhos diferentes,
Assim foi o tal desejo usado, onde rasguei meus ventres.
E por mais que eu prolifere e o enxergue aguçadamente,
Não vejo uma razão em que me sirva a sibilar tão contente.
Na era absoluta, que tanto assiste o que não se deve insistir,
Já não mereço culpa. Em verdade, nada devo ao firmamento!
Fui usada em pele, olhos, língua e tentação, sem carne existir;
O que me fez sábia em serpente, manipulada por um momento.
No escuro vejo tudo como o dia, e lá, o que tu fizestes em pecado.
Ninguém sabe por onde ando, nem quanto perigosa possa parecer;
Mas..., tenha a certeza do encontro neste último dia do ano marcado.
Quem acostumou já sabe o veredicto que te passo, por seu merecer.
Eu sou a plena consciência de quem me toma por uma irmã,
E não por mãe. Afinal, o que fizeste em loucura de forma sã,
É um preço que se paga com o choro, mas sem dívidas terrenas!
Então, porque as lágrimas que sentes escorrer seriam pequenas?
Na mordida que eu te dou, é você mesmo se agredindo, ou até um alguém,
E esse veneno injetado apenas te tranqüiliza, não mata; ferindo o seu pudor.
A cicatriz logo desaparecerá, e ficará mais um anel em sua cauda também.
Mais um ano se passou..., provou-se que sua inteligência foi seu professor.
Tudo pode ser mudado de forma diferente quando se troca uma nova pele.
Aqui, o estranho é o que não se quer modificar por teimosia ou estupidez,
Dentro de ti estou na forma animal, e também na de um santo que te revele;
Fui um anjo transformado por meu Deus pai. Agora se resolva, é a sua vez.