Ex abundanctia enim cordis os loquitur.

A lágrima transcende do meu olho

o botão de rosa que esmaguei com gosto

sara logo a ferida pois nao sinto mas o nojo

vomito a bile, ébrio incauto a beira do esgoto.

maldito músculo palpitante, quando ao te ver bate forte feito louco

te condeno a mil anos de clausura, trancafiado dentro desse bojo

a alma. pena de nada, clara chora calada,

esvai, emudece, fica negra, entristece.

escuto um arauto com franqueza!

anunciando um fim inestimável

trago as veste cultas da nobreza

por baixo um poeta infeliz desgraçado.

sem amor! o nobre enterra só a pobreza,

de quem um dia discordou do provável.

siga a eternidade sem a abadessa

recitando sonetos abomináveis.

Cristiano Leandro
Enviado por Cristiano Leandro em 27/12/2010
Reeditado em 08/02/2011
Código do texto: T2695121
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