No fundo do vale
o mundo do poeta era uma vírgula
perdida no meio de uma página dupla
palavras arquitetam sonhos de açúcar cristal
que se desmancham em tardes quentes
prisioneiro das noites e dos dias
eterno pensador de linhas curtas
o culto das chamas da imaginação
cria espectativas que viram cinzas
pontos de exclamação escrevem
olhos da escuridão esperam
passos imperfeitos acabam
em travesseiros perfumados
o inexperado corrige o tempo
problemas negam solução
cordas apertam sentenças de morte
pulsos sonham sorrisos de verão