No fundo do vale

o mundo do poeta era uma vírgula

perdida no meio de uma página dupla

palavras arquitetam sonhos de açúcar cristal

que se desmancham em tardes quentes

prisioneiro das noites e dos dias

eterno pensador de linhas curtas

o culto das chamas da imaginação

cria espectativas que viram cinzas

pontos de exclamação escrevem

olhos da escuridão esperam

passos imperfeitos acabam

em travesseiros perfumados

o inexperado corrige o tempo

problemas negam solução

cordas apertam sentenças de morte

pulsos sonham sorrisos de verão

carlos assis
Enviado por carlos assis em 26/12/2010
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