Não retornara ao pó
Aprendi com o tempo
E com o sofrer
Escondido debaixo da cama
Que a fé é maior que o medo
O medo que o mal impõe
Abandono o sem sentido
Álcool e religião
Açúcar e drogas pesadas
Hamburger e futebol de botão
Remendo em roupas rasgadas
Dentro de uma mulher feito
Feito de carne e pensamento
Na perfeição da natureza
Bolha de sangue e água
Sou um pouco de prazer e muita dor
A luz do sol amarelo
Ilumina o mundo
O mundo que ela me deu
Cantando aos quatro elementos
E servindo de empregada doméstica
Cresci limitado pela humanidade
Açoitado pela violência da sociedade
Apanhando dos marginais nas ruas
E das vadias nos becos
A loucura persegue a inocência
Possuo sentimento
Vertiginoso e míope problema
Esta pele não serve para nada
Crio mensagens da ilusão
Ensino com palavras sonolentas
Envelheço respirando o ar poluído
O destino da criaturas não muda
De mãos no jogo sujo dos deuses
A mente padece inapelavelmente
A realidade nunca é plena convergência
O poeta recita versos angulosos
Cheios de raizes quadradas
Não retornará ao pó
Pois o corpo deixará de ser corpo
Se tornará lembranças de fumaça