NÃO SOU, NÃO QUERO SER

Numa praia soalheira

na areia úmida e quente

um vulto de repente

surge alma conselheira.

Reflito, não quero ser,

decido não ser mais nada,

eu digo, não vou querer,

não quero alma alada.

Já disse, não sou rabino,

sou dono do meu destino!

Ser algo não pretendo,

nem presumo que estou sendo.

Debaixo daquele sol,

diante do grande mar,

reflito em pleno ar

sobre aquele branco lençol.

Não me cobres a resposta,

não me cobres a pergunta,

a minh´alma foi exposta

na minha ânsia profunda.

Então, sentado sobre a areia,

olhando para aquele nada,

o vazio que serpenteia

diante da imagem parada.

Eu digo, não vou falar,

porque não sou rabino,

não tenho que ensinar

o homem a ser menino.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 25/12/2010
Reeditado em 25/12/2010
Código do texto: T2691369
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