A folha já estava repleta com palavras,
E estas compunham um verso ardiloso,
Cheio de amor...
De uma coisa que nunca se acaba.

Numa pausa, sem deixar a inspiração fugir,
olhei pela janela do metrô para ver o cume da Catedral da Sé.
Tanto para sentir...
E, tanta gente de pé.

A janela estava aberta, deixando entrar o vento...
Este fiel amigo de todas as horas.
Sagazmente, como que a me punir,
levou o que eu escrevia embora.

Sempre há um monte de palavras para explicar, porque as coisas nunca dão certo.
Parece, que com palavras se possa recompor, até este meu amargor,
Exceto aquelas carregadas de sentimentos, ditas e escritas
Em um momento de amor.

Ademais, palavras nada mais são do palavras.
São palavras simplesmente  e nelas a gente nunca se apega.
Se o meu amor não merecer este desterro, que sejam assim:
Coisa que o vento leva!


De Magela



(O dia começou ruim. Metrô lotado. A sensação é de superlotação e lentidão...
Há sempre uma voz para explicar  o quê está atrasado e seus problemas técnicos: cidade inchada, chuva, passageiro na pista. Justificando uma ou duas horas de atraso. Uma hora de atraso é muito minha gente e com freguência, não há patrão que seja paciente).

(Imagem google, tema trem lotado)
DE MAGELA POESIAS AO ACASO
Enviado por DE MAGELA POESIAS AO ACASO em 23/12/2010
Código do texto: T2687772
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