Curvas e vazios

Por cima da noite despida

A alma arrepiada foge

Sentindo a penugem das nuvens

O abismo nos arranca da cama

Querendo nos beijar de um grito

Flocos de aveia estalam no prato

Na manhã nevoenta e gélida

Ouço o crepitar da chama da paixão

No peito inerte de um lobisomen

Rastros vermelhos na mácula da neve

Aperto o travesseiro meiomacio

As ilusões gemem de prazer

Passos de sol queimam os sonhos

Roupas de inverno desfilam nas ruas

Eu abraçado a você debaixo do cobertor

Nús e felizes na atmosfera de outono

Duas folhas pregadas no lençol

O relógio grita sua monotonia

Nada muda o inconciente

O amor afunda no lodo do tempo

carlos assis
Enviado por carlos assis em 19/12/2010
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