Curvas e vazios
Por cima da noite despida
A alma arrepiada foge
Sentindo a penugem das nuvens
O abismo nos arranca da cama
Querendo nos beijar de um grito
Flocos de aveia estalam no prato
Na manhã nevoenta e gélida
Ouço o crepitar da chama da paixão
No peito inerte de um lobisomen
Rastros vermelhos na mácula da neve
Aperto o travesseiro meiomacio
As ilusões gemem de prazer
Passos de sol queimam os sonhos
Roupas de inverno desfilam nas ruas
Eu abraçado a você debaixo do cobertor
Nús e felizes na atmosfera de outono
Duas folhas pregadas no lençol
O relógio grita sua monotonia
Nada muda o inconciente
O amor afunda no lodo do tempo