A taramela tagarela

A taramela apesar de singela

E conhecida por tranca-tramela,

Esmaecida madeira da vida

Da qual se faz até pinguela.

A ferrolhar porta e porteira

Qual o parto da própria parteira.

Porém, há os que dizem amém

Colocando-na muito além.

Taramela é boca mole,

Aquém de quem a amole.

Às vezes amolecida e desguarnecida

Acaba por desguarnecer também.

Num vai e vem de contendas

Raizes fornecidas à prole.

Erudita basófia ou bela prenda.

Esbórnia de uma língua linda

A desgostar até quem muito goste

Só por provocar arrelia lusófona

Que no fundo vem temperar a farofa.

Agrilhoar a porta do coração ao mal

É precatar-se e acatar o tempero do sal,

Ou adocicar o próprio bem-estar normal.

Mas; taramela tagarela é uma galhofa

No entrelaçar do linguajar deste sisal

A acolchoar esta empedernida carroça.

O poeta vai deixar de ser o boçal

A puxar uma inerme proposta.

O troço é tudo uma troça

Que vem cheio de bossa.

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jbcampos
Enviado por jbcampos em 16/12/2010
Código do texto: T2675282
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