A taramela tagarela
A taramela apesar de singela
E conhecida por tranca-tramela,
Esmaecida madeira da vida
Da qual se faz até pinguela.
A ferrolhar porta e porteira
Qual o parto da própria parteira.
Porém, há os que dizem amém
Colocando-na muito além.
Taramela é boca mole,
Aquém de quem a amole.
Às vezes amolecida e desguarnecida
Acaba por desguarnecer também.
Num vai e vem de contendas
Raizes fornecidas à prole.
Erudita basófia ou bela prenda.
Esbórnia de uma língua linda
A desgostar até quem muito goste
Só por provocar arrelia lusófona
Que no fundo vem temperar a farofa.
Agrilhoar a porta do coração ao mal
É precatar-se e acatar o tempero do sal,
Ou adocicar o próprio bem-estar normal.
Mas; taramela tagarela é uma galhofa
No entrelaçar do linguajar deste sisal
A acolchoar esta empedernida carroça.
O poeta vai deixar de ser o boçal
A puxar uma inerme proposta.
O troço é tudo uma troça
Que vem cheio de bossa.
http://escritorcampos.blogspot.com