Fuga

Uma gota cai em meu joelho

Faz horas que estou com cãibra

Vejo meu punho. Prefiro não tê-lo.

Na janela, a Lua manda.

Os lábios secam.

As pernas não aguentam.

Caio sobre a terra e o feno

E ergo o prato com veneno.

Minha refeição fora digna

Porém a última.

Jantar o fel a enfrentar a sina

Poupou-me a dor múltipla.

Agora, esses olhos vão se arroxeando

E o sangue sai junto às águas.

Ainda meu corpo pendendo

Mas que acaba por seguir as mágoas.

Esse exército me pegou

Mas nada de mim retirou

O relógio se interrompeu

Quando a batida o coração não deu.

O brilho lunar embaçou-me

Ergui os novos punhos e tremi

A morte era solene

Então sumi.

Zizibs
Enviado por Zizibs em 13/12/2010
Código do texto: T2669984
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