Fuga
Uma gota cai em meu joelho
Faz horas que estou com cãibra
Vejo meu punho. Prefiro não tê-lo.
Na janela, a Lua manda.
Os lábios secam.
As pernas não aguentam.
Caio sobre a terra e o feno
E ergo o prato com veneno.
Minha refeição fora digna
Porém a última.
Jantar o fel a enfrentar a sina
Poupou-me a dor múltipla.
Agora, esses olhos vão se arroxeando
E o sangue sai junto às águas.
Ainda meu corpo pendendo
Mas que acaba por seguir as mágoas.
Esse exército me pegou
Mas nada de mim retirou
O relógio se interrompeu
Quando a batida o coração não deu.
O brilho lunar embaçou-me
Ergui os novos punhos e tremi
A morte era solene
Então sumi.