MORADA D´ALMA
As rosas e os ventos
vão com os pensamentos,
voltam a toda hora
e a todos os momentos,
aonde que a alma mora!
Em pávido lampejo
o céu se abre agora,
a manhã em seu bosejo
ao romper da aurora,
aonde que a alma mora!
Brotam do topo cimeiras
a terra sequiosa num hausto,
regadas em charcos, as limeiras,
num grande dia e fausto,
o florão que para ver, lhe implora:
Aonde que a alma mora?
A pedra mais preciosa,
a minha flor tão mimosa,
não vá com o vento a fora
de mãos dadas com a rosa
aonde que a alma mora!
No coração de poeta,
que lhe inspira a sua senhora
a sua luz que chora
de alegria repleta,
aonde que a alma mora.
Um suspiro mágico e pequeno
num dia calmo e sereno,
do lindo sol que faz lá fora
e o devoto que te adora
aonde que a alma mora.
E aquela minha flor alada
que forma o seu próprio destino,
com seu odor divino,
da sinfonia inacabada
que do oriente se escora
uma relíquia escavada,
aonde que a alma mora.
(YEHORAM)