Poema do labirinto cósmico
Tentei entender as coisas
Quis saber o que move a vida
Entender do céu que clareia o dia
Compreender as noites em que não dormi
Quis evitar o sofrimento
Burlar a taxa do cavaleiro negro
Andar pela sombra sem fazer barulho
Nada mais vazio que uma solidão de entulhos
O despertar dos medos te enchendo de terror
O amor que se aproxima e deixa a marca da morte lenta
Nada entendi sobre os astros
Vi um pôr-do-sol e me calei diante de tudo
Mudo! Como um completo absurdo
Um ponto de exclamação sem texto de apoio
Um prisioneiro livre no interior da cela do coração
Uma lágrima que corre lenta sobre um riso
Virei a página e deparei-me com a queda
Ligeira e impiedosa de um homem que crescia
De homens que sorriam sobre seus cadáveres
Prostrados sobre o sangue derramado
Desenhando imagens, imitando a vida
Nada pude compreender
Só pude vasculhar a casa e ver os cantos vazios
A casa dentro de mim guardava os sonhos que nunca tive
O começo de tudo, inalcançável forma rudimentar
- O amor que se apresenta como vazio de si mesmo