Triste Pássaro de Javier

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Sobre o reflexo de minha lente percebo um céu sem fim

Um colorido estranho e meus olhos que tentam exergar além do que se pode ver

Talvez eu acredite ser um reflexo desse pedaço azul tão singular

Uma fotografia que acontece sem querer, como o brilho do seu doce olhar

Seja numa simples cantiga

Ou nos profundos acordes de Navarrete

Sejam as lágrimas de "If tomorrow never comes?" que me fazem acreditar

Ou nas tristes melodias de Yanni que aprendi a gostar

E entre uma brisa e outra de uma chuva repentina

Tempestivas são as razões que não consigo entender

Teus olhos e tu boca que aparecem numa página qualquer

Um anjo bom, uma doce menina, uma deusa, uma mulher

E "no espelho" ainda ouço algumas notas que trazem esse nome

Meu sorriso de repente se tranforma numa feição esquecida

Como um palhaço que chora numa cama fria

As gargalhadas abafadas que ainda ouve pela sua arte que ainda cria

Queria estar no alto para ver a cidade dormir

As luzes que piscam e se misturam com o ar frio de cima

Como os aplausos deixados de lado; - Esquecida ansiedade

Triste como um soneto, como um pássaro querendo estar mais perto da verdade

Binho

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