SABER-ME TÃO EXATO
De nunca conseguir
Ser vago
Depois vou
E me mato
No canto superior
Direito do jardim
Tomado do alto mato
Predominado
Por tufos elevados
D’um róseo capim
Meu corpo decomposto
Discorrerá o banco
Horizontalmente
Despojado
Desmanchado em sangue seco
Em semi-decúbito dorsal...
(Ao fundo o espanto
E seu eco...)
Portarei dentre
Os lábios
Um leve sorriso polido
E pálido,
D’um pressuposto cinismo
Sábio
Quase taxidérmico,
Empoeirado
Por saber-me,
de tão morto,
Tão exato...
E serão precisas
Duas horas e trinta
E quatro
Três segundos mais
Um quarto
Deste dia
Libertário