Miragens (Écloga)
Oh, horizonte imaturo, terno e adornado!
Não se embebede tão rapidamente,
Guarde um bocado pra tardinha que em breve chegará.
Não se apresse; dê-me seu brilho estonteante!
Daqui vejo aqueles redondos entre a fenda,
Despedindo-se uns dos outros como sem mais volta.
Não se obscura antes de gozar da maciez!
Quero sentir seu orvalho gélido,
Desvendar a raiz e seus segredos que aí esconde.
Prenda-me em seu chamego hipnotizante!
Não deixe que ninguém o varra,
Sinto que há vida em breu.
Oh, Anunciação!
Como seus olhos são guapos,
Peço que não vá; aproxime-se de seu afluente.