DRAGÃO

Na noite, o mistério se esconde na escuridão.

Abre sua boca; o dragão,

Dela, labaredas saem...

Por entre elas homens e mulheres

Entram no interior da noite.

Passam pelo fogo que alguns queima,

E pela fumaça que alguns sufoca.

Assim vão elas para a noite de alucinação.

Animal feroz que vagueia sem rumo.

Como o capataz, age de forma algoz;

Só assim se satisfaz...

Come-come, é o jogo da noite,

Quem melhor jogar, ganha,

E sub-julga os demais...

Rumos incertos aparecem

Para os devaneios dos exigentes.

Nas escamas desta fera,

Desce-se pela cauda para o mais profundo

Na escuridão da podridão...

Noite perfeita, ou desastrosa.

Tanto faz!

O que importa é passar por ela

Na alegria efêmera, que nem sempre é real.

Finge-se a si mesmo

Dizendo que a noite,... foi fenomenal.

Difícil é o retorno pelo mesmo caminho.

Voltando pela cauda,

Sobe-se pela escama desta fera.

Outros, de dentro de seu ventre retornam,

Pelas labaredas e fumaça que de sua boca, sai...

Quem não se machuca, queima,

Ou se sufoca na entrada;

Pode na saída se machucar...

Alguns, pela sorte, nenhum machucado sofrem.

Só que o ir e vir sempre,

Pelos rumos incertos da escuridão;

Um dia, um dia quem sabe,

Estará machucado o coração...

(PEREZ SEREZEIRO)

José R.P.Monteiro SCSul SP serezeiro@hotmail.com serezeiro@yahoo.com.br

Perez Serezeiro
Enviado por Perez Serezeiro em 21/11/2010
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