Chuva

Que de mim tanto quer?

A água que carrego?

Ou meus feitos de mulher?

Quer de mim o que te nego?

Pois aqui está, aqui estou

Digo-te e não te ouço

O que não é. Eu sou!

Sou teu consolo, sua graça, teu tesouro

Esta que jarra na janela

Que escorre sem destino

Desliza no chão, desde a capela

Aparece e some de fino

Venho do teu céu

Fui do teu mar

Carreguei barco de papel

E derreto sobre seu ar

Mas qual é o teu querer?

Meu refresco? Minha pureza?

Quer me olhar? Quer meu prazer?

Mergulha então na natureza!

Enquanto escorro e demoro

Enquanto grito nos meus cantos

Enquanto olho e te molho

Enquanto desço e não levanto.

Taty Sbrugnara
Enviado por Taty Sbrugnara em 17/11/2010
Reeditado em 10/02/2013
Código do texto: T2621522
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