REFLEXOS E REFLEXÕES

O espelho tal uma lâmina d'água,

Só reflete o que à superfície se apresenta,

A todo momento me indaga do interior,

Quais as imagens terei furtado dele.

Talvez não as tenha retido, enfim,

Quem sabe ainda não as construí.

São tão várias as minhas indagações,

Mil espelhos não poderiam refletir.

Há um vidro inerte para confundir.

Se sou eu do outro lado do espelho,

Diviso-me, tento adivinhar-me,

Mas não me traduzo em gestos,

A imagem não pode reproduzir.

Tamanha inércia faz refletir,

No frio vidro que me espia,

Impassível, sei que espera,

que um gesto meu denuncie,

segredados desejos em mim.

Talvez meus sonhos guardados,

Das histórias que não vivi.

Celêdian Assis
Enviado por Celêdian Assis em 14/11/2010
Reeditado em 11/12/2010
Código do texto: T2615239
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