A dança dos Para-Janus

Só possuem costas, dos dois lados

As mesmas costas

Não iam a lugar algum

Não viam o passado, nem o presente

Estavam sempre a desvir

As articulações travadas

Somente pequenos movimentos

Duros, confusos, repetitivos

Só o quebrar dos ossos possibilitavam um movimento amplo

Que logo morria pendente

Mas a dança continuava

O homem de terno cinza e cabelo cinza

A senhora gorda de vestido justo e florido

O rapaz de moleton esportivo

O casal de negros com cabelos compridos

A mulher de cabelos preto e short jeans

Não. Ela não.

A mulher de cabelo preto e short jeans olhou pra trás

E eu vi nos olhos dela que ela percebeu que era como se eu a estivesse vendo pela primeira vez

Sanyo
Enviado por Sanyo em 06/11/2010
Reeditado em 08/11/2010
Código do texto: T2600109
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