(IM)POTÊNCIA POÉTICA

Quando aprecio as curvas das letras

No seio das palavras

Sobe-me ao peito um caloroso palpitar

O sangue ferve nas veias

Deixando-me ereto, hirto, rijo

De tanta emoção a me tomar

Fico paralisado, cheio de tensão

Não sei onde coloco as mãos

O corpo sua, sempre me falta o ar

Sei que elas estão ali

Prestes a se decompor só pra mim

Porém, minha mente trava, não consigo falar

Até que, num impulso incontrolável

Penetro o íntimo sentido literal

E, num jorro de inspiração, acabo por gozar

Assim é o prazer que me dá a poesia

Quando fecundo poemas, como filhos

Dentro do seu ventre erudito

Janete do Carmo
Enviado por Janete do Carmo em 03/11/2010
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