(IM)POTÊNCIA POÉTICA
Quando aprecio as curvas das letras
No seio das palavras
Sobe-me ao peito um caloroso palpitar
O sangue ferve nas veias
Deixando-me ereto, hirto, rijo
De tanta emoção a me tomar
Fico paralisado, cheio de tensão
Não sei onde coloco as mãos
O corpo sua, sempre me falta o ar
Sei que elas estão ali
Prestes a se decompor só pra mim
Porém, minha mente trava, não consigo falar
Até que, num impulso incontrolável
Penetro o íntimo sentido literal
E, num jorro de inspiração, acabo por gozar
Assim é o prazer que me dá a poesia
Quando fecundo poemas, como filhos
Dentro do seu ventre erudito