O Chá da Tarde
Vislumbrei-a através do espelho
Tão profunda sensação do vazio sorrateiro
Manufaturado toque insólito
Ou só a mecânica em um leito caótico?
Sob a sombra autista, vivi
Tênue era a linha da realidade-devaneio
Por tempo demais simplesmente assisti
Quebrei as paredes neo-clássicas do viveiro
Entre a histeria solar pós-moderna
Percebi tal vulcão de flama
Como os contos entoados por Álvares, na taverna
Imersos na poça fervente de lama
Novo Mal do século, último suspiro Byronesco
Espectro de um mundo em cataclismo
Enquanto silencioso, o canto do Arabesco
Existência por associação, puro nepotismo
Função objetiva, entoada aos Martelos Marchantes
Nobre era entre os burgueses, ingleses
Sonho de quem viu num falso candelabro, amante
Visão ilimitada, abusiva, abstrata
Adaptação em ação?
Quando nas doses do homeopata
Surgem os vapores da transformação
Tão mal compreendida
Será feliz nesses traços?
Mais semelhanças ao pesadelo semita
Rótulos de extensão sem compasso
Desleixo ou capricho?
Em sua ausência verborrágica
Desenhei meu novo eixo
Apaguei enfim, a vela plástica