Remanso
Remanso
Desce em torrentes assombrosas
Água suor e lágrima
As escarpas deslizantes
Arrastam meu corpo nu
Num desejo em desatino
Orvalhado do teu suor
Um rio transbordante em mim
Enche a lua de esperança.
O silêncio benfazejo
O teu olhar ausente
A indiferença da lua
O ar sereno manso
Tocava minha pele
Aquela nuvem escura
Que se desmanchava
Sobre uma rua escura.
O lago azul da esperança,
A taça de vinho branco
Onde afundou-se o teu olhar
E ficou a borbulhar
Minhas juras de amor
Soltas no ar.