Cio Silencioso

Existe

Meu anseio existe

E como a flores do ipê

Que um dia veio florecer

Quer morrer na queda em suas mãos

Cio silencioso

Gosta de avenura

Gostosa imaginação

Como rio que ora em calmas planícies

Ora em queda ardorosa e masgestosa

Num turbilhão de bolhas, sinfonia da água

Que não bate na pedra, mas a acaricia

Como uma lingua sinuosa que desliza nas coxas

E o barulho e a intensidade de um grito guardado

Em um silencioso cio de ciclos longos.

Ciclico, cíclico

Retornando,

Ora na chuva

Ora no vento

As gostas voltam à nuvens

Despencam nas montanhas

E assim como o cio

Sonham outras vezes

Lamber a coxas da montanha

E deslizar pelas fendas extreitas

Num tubilhão de gozo

Cios cíclicos silenciosos?

Menelau
Enviado por Menelau em 28/10/2010
Código do texto: T2583654
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